Em
1910, o pintor russo Vassily Kandinsky pinta a primeira obra abstrata –
ou seja, em que não existe uma referência real, ou em que, se existe,
essa referência é secundária. O que importa essencialmente são as formas
e cores da composição. O abstracionismo pode ser dividido em informal
ou geométrico. Alguns, como o holandês Piet Mondrian, o romeno
Constantin Brancusi e o norte-americano Alexander Calder, não podem ser
encaixados em nenhuma das duas vertentes, embora tendam mais para a
segunda. Fazem um abstracionismo de princípios geométricos mas procuram
sobretudo dar musicalidade às formas, que adquirem expressividade. Esta
linha irá influenciar o minimalismo.
Abstracionismo informal – Defende as formas livres e busca o lirismo no ritmo estabelecido pelo jogo cromático e espacial. Kandinsky, Paul Klee, depois Nicholas de Staël e Richard Diebenkorn são alguns dos abstracionistas informais, que vão mais tarde influenciar o expressionismo abstrato.
Abstracionismo
geométrico – As formas são obtidas mediante um sistema rigoroso – com
base, por exemplo, em formas geométricas como quadrados, triângulos ou
círculos – e não há a intenção de expressar algum sentimento ou idéia.
Artistas como Kasimir Malevitch, os construtivistas russos (Rodchenko,
Tatlin, Lissitsky) e os seguidores da escola alemã Bauhaus (os
arquitetos Walter Gropius e Mies Van Der Rohe), que enfatiza a
funcionalidade na nova arte, adotam os princípios desse abstracionismo,
que mais tarde vai influenciar o concretismo.
Piet
Mondrian (1872-1944), pintor holandês. Nasce e estuda pintura em
Amsterdã. Pinta paisagens, passa ao cubismo e, a partir de 1912,
abandona sua tendência expressiva e colorista. A relação de linhas e
planos, como estruturação de áreas de cor, passa a ser sua única
preocupação artística. Entre 1914 e 1917, faz a série Composições, em
que abole a representação.